Histórias de Maldek e o Sistema Solar
"THROUGH ALIEN EYES - Através de Olhos Alienígenas", escrito por Wesley W. Bateman, Telepata da FEDERAÇÃO.
SHARMARIE - UM MARCIANO PARTE FINAL
VIDAS SOBRE O PLANETA
TERRA
Nós, do “estado mental irrestrito aberto,” (não sujeitos à Barreira de
Freqüência do planeta Terra) somos capazes de recordar todas as vidas que já
experienciamos. Para nós cada vida constitui, na verdade, uma parte de uma
única vida contínua, sem as interrupções das descorporificações. Embora isso
seja verdade para uma pessoa que vive no estado mental aberto, não é o caso
para os que vivem no “estado mental fechado” existente na Terra hoje e que
prevaleceu no planeta por centenas de milhares de séculos.
Eu fiz uma comparação dos dois tipos de estados mentais para que vocês
entendam que toda e cada vida por mim experienciada na Terra desde que o
planeta foi submetido à nociva Barreira de Freqüência foi vivida, em grande
parte, sob as mesmas condições mentalmente restritivas (com pouquíssimas
exceções) às quais está sujeita hoje uma pessoa da Terra. Portanto, cada vida
que vivi na Terra (e foram centenas) se iniciou e se encerrou comigo ignorando
o fato de que já vivera e certamente viveria repetidas vezes na forma física
humana.
Das centenas de vidas por mim vividas na Terra no passado, várias (cerca de
cinco) se destacam. Descreverei essas vidas resumidamente na ordem em que
ocorreram. Algumas delas separaram-se por milhares de anos e variaram em
duração de 14 a 534 anos.
Figura 6.6 - Pedaço de sola de sapato encontrado
em rocha do Triássico em Nevada.
O Triássico data de 213 a 248 milhões de anos
passados.
O PRÍNCIPE
Foi há tanto tempo, no passado, que especificar uma data exata colocaria em
dúvida a sua e a minha credibilidade nas mentes dos que são considerados (ou
acham que são) autoridades na pré-história da Terra. Então, não darei a vocês
nada que precisem defender ou perder seu tempo discutindo com gente cujas
mentes estão fechadas e determinadas a acreditar o contrário. Garanto-lhes que,
por vários motivos, é impossível identificar registros físicos de qualquer tipo
relativos a esta antiga civilização, a menos que se considerem como provas os
parafusos para metais e objetos feitos à máquina encontrados em depósitos de
carvão antracito.
O nome de meu pai era Agrathrone. Minha mãe, Merthran, foi uma de suas
centenas de mulheres. Fui o 670 de 182 filhos. Tinha praticamente o dobro de
meias-irmãs e duas irmãs. Fui chamado Urais. Meu pai era mais do que imperador;
era venerado como um deus por seus súditos. Como eu era seu filho, era também
considerado uma divindade, assim como todas as suas mulheres e os outros
filhos.
Naquela época, o reino de meu pai cobria quase um terço da superfície da
Terra, mas ele tinha planos de governar cada centímetro quadrado. A capital do
império localizava-se na região norte do país atualmente denominado Tailândia.
Meu pai tinha aliados secretos (deuses) que, de vez em quando, faziam
visitas descendo em ovos prateados que vinham dos céus. Desde quando era bem
criança, eu temia sua chegada, assim como todos na casa real. Eles traziam
injeções imunizantes e comprimidos que éramos obrigados a tomar.
Vários dias depois de tomar as injeções, o pessoal da casa ficava preso de
medo, pois às vezes um ou mais de nós morria em conseqüência de uma reação
violenta. Caso morresse uma criança, sua mãe em geral também morria. Se uma
criança morresse e a mãe não, ela era executada imediatamente. Para meu pai e
os deuses celestiais, essas mortes significavam simplesmente que os que morriam
tinham uma constituição biológica inferior, incompatível com seus planos de produzir
uma raça, biologicamente, superior totalmente resistente a qualquer tipo de
infecção ou doença.
Eu estava no final da adolescência, quando descobri que havia um plano de,
mais cedo ou mais tarde, infectar e matar todos os outros seres humanos do
planeta com armas biológicas que não prejudicariam as pessoas do império que
houvessem sido, biologicamente, selecionadas como superiores (só para começar)
e tivessem recebido as imunizações ao longo de vários anos. Quando as pessoas
sobreviviam a uma injeção, é claro que se sentiam aliviadas, mas a cada vez que
sobreviviam a uma injeção, também começavam a sentir que eram de fato cada vez mais superiores aos outros
seres humanos não-imunizados. Eu não era nenhuma exceção.
Os deuses celestiais estavam sempre vestidos com roupas protetoras e
espreitavam para o mundo interior de elmos transparentes que lhes envolviam
totalmente as cabeças. Suas visitas semi-anuais nunca duravam mais de umas
poucas horas. Certo dia, eles chegaram em mais de 30 ovos prateados no mínimo
50 vezes maiores do que os que eu já vira. Transportavam uma carga de veículos
e máquinas que, ao ser desembarcada, cobriu centenas de acres. Naquele dia, o
império de Agrathrone, instantaneamente, passou de uma sociedade movida a
carros-de-boi para um nível técnico que assombraria os físicos mais
imaginativos da Terra de hoje.
Meus irmãos e irmãs estavam reunidos com outros membros de casas nobres,
então um deus celestial caminhou em meio a nossas fileiras fazendo seleções por
razões que, naquela hora, não nos eram claras. O deus celestial, que ficou
diante de mim e me selecionou tocando meu peito, era um belo homem que batia a
ponta da língua contra o meio do lábio superior. Falou-me mentalmente, dizendo:
“Você vai se dar muito bem, marciano. Sim, vai se dar muito bem.” Não sabia o
significado do nome pelo qual ele me chamou (a denominação “marciano” é usada
apenas para corresponder às referências do leitor). Foi embora rindo,
deixando-me com uma dor de cabeça latejante.
Aqueles dentre nós que haviam sido selecionados (tanto homens como
mulheres) foram indicados para veículos que, segundo nos disseram, podiam voar
pelo ar. Tinham formato cilíndrico, com cerca de 11 metros de comprimento e
diâmetro de aproximadamente 3,6 metros e exterior verde-oliva. Deram-nos
manuais de operação escritos em nosso idioma nativo. A instrução no capítulo
final do manual era: “Quando tiver certeza de que consegue operar o veículo,
faça-o.”
Não fui o primeiro de meu grupo a tentar voar. Foi engraçado observar um de
meus irmãos ou irmãs se elevar do solo alguns metros e trombar com os veículos
de um ou mais dos outros novatos. Ao aterrissarem eles discutiam e se acusavam
de serem os causadores da colisão.
Quando tentei voar pela primeira vez, foi fácil; era como se sempre houvesse
sabido. Meus sonhos, daquele momento em diante, ficaram repletos de vôos na
garupa de motonetas voadoras ou em aeronaves cheias de gente de cabelos
brancos.
Eu gostava da emoção de voar e me aventurava a centenas de quilômetros da
capital às mais altas e baixas altitudes permitidas pelo regulador automático
de altitude. Muitas vezes, desejei ser capaz de me elevar a altitudes cada vez
maiores até alcançar a terra dos deuses celestiais. As vezes, levava comigo um
menino (no início da adolescência) nos meus vôos práticos. Na época, pensei que
ele fosse meu filho natural. (Só na minha vida atual vim descobrir que o menino
era, na verdade, filho da primeira de minhas três mulheres e um de meus irmãos
mais novos. Não faz diferença, amava-o naquela época como o amo agora.)
Meus vôos nunca nos levavam para muito longe de minha base natal. O motivo
era que os vilarejos e cidades estavam cheios de gente não-imunizada de casta
inferior que não podiam fornecer nem a mim nem a meus passageiros a comida e as
acomodações condizentes com nossa tão nobre posição. Era interessante ver as
expressões espantadas em seus rostos camponeses quando voávamos lentamente e
passávamos a apenas alguns metros sobre suas cabeças. Alguns chegavam mesmo a
morrer de choque.
Foi na primavera de meu segundo ano como piloto que um irmão mais velho, de
nome Jasaul, e eu fomos convocados por meu pai. Ele e seus conselheiros estavam
seriamente preocupados com um boato que chegara à corte. Ouviram dizer que
Mokaben, governador de uma província distante, ocasionalmente fora visto
tremendo. Ordenaram-nos que voássemos até a província para descobrir se isso
era verdade. Se fosse, devíamos executar Mokaben e substituí-lo por Jasaul como
governador daquela terra. Jasaul era um homem atarracado com um rosto redondo,
que ele gostava de esconder por trás de uma barba grosseira e áspera. Não sabia
pilotar carros aéreos. Era por essa razão, é óbvio, que precisavam de meus
serviços. Jasaul era muito inteligente, fascinava a todos com seus
conhecimentos.
Saímos da capital de nosso pai com uma frota de oito carros aéreos. Alguns
desses carros levavam alimentos especiais e outros estavam abarrotados de
serviçais.
A viagem durou cerca de dois dias e meio (perdemo-nos várias vezes), e
chegamos na terra de Toray à noite. O ponto de referência que identificava
nosso local de aterrissagem era uma grande pirâmide cujos lados de calcário
branco muito bem polido refletiam, brilhando, a luz de uma lua quase cheia.
Havia lâmpadas elétricas acesas abaixo de nós, e conseguíamos ver no solo
muitos homens fazendo-nos sinais frenéticos para que nos afastássemos da
estrutura resplandecente. Nem todos os pilotos de nossa esquadrilha entenderam
a mensagem a tempo. Suas naves, primeiro oscilaram de maneira instável, a
seguir caíram na relva alta que crescia às margens do rio vizinho. Perdemos
quatro carros aéreos dessa maneira, e todos os seus ocupantes morreram.
Como vocês já devem ter percebido, a terra que naquela época chamávamos
Toray incluía a região conhecida hoje como Egito. A pirâmide e o rio eram,
naturalmente, o que vocês denominam respectivamente de Grande Pirâmide de Gizé
e o rio Nilo, que ainda hoje existem nessa terra.
Quando nos encontramos com Mokaben, ele não se esforçou para ocultar o fato
de que seus tremores duravam até dez minutos, aproximadamente. Ele não tinha
dúvidas sobre a razão de estarmos ali. Disse-nos que, nos 143 anos em que
governara a terra de Toray, tivera de executar muita gente que contraíra a
doença dos tremores. Jasaul e eu comparamos o registro de imunização de Mokaben
com os nossos próprios e observamos que eram idênticos. Em sua opinião, a
doença era causada por algum efeito gerado pela Grande Pirâmide. Mokaben
reivindicou seu direito, na qualidade de nobre, de tirar a própria vida, e
concedemos seu pedido. Ele acrescentou que, de qualquer forma, era um homem
condenado, pois enfurecera os deuses celestiais ao não impedir o roubo (cinco
dias antes de nossa chegada) do cume de cristal da Grande Pirâmide.
Naquela noite, fui apresentado a outro dos prodígios dos deuses celestiais.
Jasaul mostrou-me uma caixa que lhe permitia conversar com nosso pai como se
ele estivesse presente na mesma sala (tratava-se, de fato, de um rádio
transmissor e receptor). Meu pai instruiu Jasaul a conservar o corpo de Mokaben,
pois os deuses celestiais desejavam examiná-lo (fazer uma autópsia). Jasaul
solicitou e obteve permissão para mudar a sede de governo de Toray o mais longe
possível da Grande Pirâmide.
Vários dias depois, saí de Toray a caminho de casa acompanhado de dois dos
carros aéreos restantes. Jasaul ficou com um dos carros e um piloto. Um dos
carros aéreos de minha esquadrilha levava a múmia e os órgãos removidos
cirurgicamente de Mokaben.
Os dois terços restantes da superfície da Terra eram governados por centenas
de diferentes reis que eram aliados a doze imperadores que, por sua vez,
mantinham forte aliança entre si. Depois de muitas décadas de guerras
primitivas (levadas a cabo com espadas, lanças, arcos e flechas) entre esses
imperadores e meu pai, a situação estava num impasse. Esse estado de coisas era
algo que meu pai e seus amigos deuses celestiais definitivamente planejavam
modificar; esta era a base de seu plano diabólico. Vencer fisicamente o outro
povo da Terra não fazia parte do programa dos deuses celestiais, pois não
tinham necessidade alguma daqueles que consideravam racialmente
(biologicamente) inferiores.
Aproximadamente dois anos depois de Jasaul se tornar governador de Toray,
meu pai começou a enviar carros aéreos em missões que os levavam a sobrevoar as
terras de seus adversários. Tratava-se de missões de treinamento destinadas a
familiarizar os pilotos com os pontos geográficos sobre os quais um dia eles
lançariam suas bombas biológicas. As populações dessas terras nada podiam fazer
além de brandir os punhos na direção de nossos carros aéreos que, normalmente,
jogavam dejetos humanos nelas, simulando um bombardeamento. Foi no decorrer
desses exercícios de treinamento, que recebi uma mensagem de Jasaul dizendo-me
para ir visitá-lo com mais seis de meus irmãos mais velhos, de quem deu os
nomes. Não tivemos dificuldades para receber permissão de nosso pai para fazer
uma visita de uma ou duas semanas a Jasaul.
Depois de vários dias bebendo vinho e nos banqueteando, Jasaul pediu para
falar em particular comigo. A história por ele contada foi, a princípio,
desconcertante. Contou-me sobre os outros deuses celestiais que o haviam
visitado e o convenceram de que o plano de nosso pai de destruir os não-
imunizados da Terra estava errado e atrairia sobre nós não apenas a ira deles,
como também a ira do poder divino que criara o próprio mundo. Acreditei nele,
assim como quatro de meus seis irmãos. Os dois, que julgaram que deveríamos
permanecer leais a nosso pai, não se reuniram a nós para o desjejum na manhã seguinte.
Os deuses celestiais de Jasaul propuseram que retornássemos a nosso lar com
um aparelho que, uma vez ativado em meio ao arsenal de bombas biológicas, iria
secretamente neutralizá-las. Quatro dias depois, esse aparelho foi colocado,
cumprindo muito bem sua tarefa. Quando chegou o dia de serem usadas, cerca de
sete meses depois, as bombas foram carregadas nos carros aéreos.
Mas ao serem lançadas, simplesmente preenchiam os céus com tufos
iridescentes de fumaça que brilhavam à luz do sol. Meu pai e seus deuses
celestiais ficaram furiosos e se apressaram a produzir mais bombas (um trabalho
obviamente demorado, mesmo para os deuses.)
O estranho desaparecimento dos dois irmãos que não retornaram conosco de
Toray, e o comportamento estranho, carregado de culpa exibido por vários de
meus irmãos conspiradores (que àquela altura estavam sendo mentalmente
torturados pelos deuses celestiais para confessar) logo revelaram quem entre
nós era responsável pela sabotagem.Tínhamos previsto que seríamos descobertos,
assim fugimos juntos em carros aéreos para a terra que vocês conhecem agora
como Japão (naquela época ligada ao continente que vocês denominam Ásia). Mais
tarde, Jasaul juntou-se a nós. Nossos três carros aéreos, por um motivo que
desconhecíamos, mais tarde pararam de funcionar e, ao longo dos vários anos que
se seguiram, gradualmente se desintegraram até se tomarem montes
irreconhecíveis de metal em pó.
Finalmente, recebemos a notícia de que nosso pai e seu império já não
existiam. O fim de seu reinado ocorreu imediatamente depois que os dois tipos
de deuses celestiais antagônicos batalharam entre si em algum local dos céus a
grande distância do planeta. Tornou-se impossível operar as máquinas de guerra
e os carros aéreos de nosso pai, e ele foi atacado de surpresa pelas forças
aliadas dos outros doze imperadores.
Posteriormente, fomos visitados por um representante do imperador em cujo
território estávamos vivendo. Disseram-nos que não temêssemos, que mal algum
nos atingiria, pois éramos considerados grandes heróis que estavam sob a
proteção dos deuses celestiais benevolentes.
Vivi até os 534 anos de idade e morri serena-mente enquanto dormia.
Alguns séculos depois, a Barreira de Freqüência mudou drasticamente para
pior e os povos da Terra ficaram mais uma vez sujeitos a graus consideráveis de
deterioração biológica.
Figura 6.7. Tubo metálico encontrado em
Saint-Jean de Livet, França, em um leito de greda de 65 milhões de anos.
MAIS UMA ERA DOURADA
Há aproximadamente 29 mil anos, o local que eu chamava de lar se estendia
dois mil quilômetros ao sul do lugar que vocês chamam agora de Flórida.Outra
parte do reino prolongava-se cerca de mil e trezentos quilômetros ao sul da
península Ibérica (Portugal e Espanha). Denominávamos as partes da terra
separadas pelo oceano de Fe-Atlan e Ro-Atlan, respectivamente (ou seja, Atlan
do Norte e Atlan do Sul). Uma parte do sul da Inglaterra, na época, ainda se
ligava ao continente da Europa. Hoje, na Terra existem lendas sobre esse reino.
Vocês chamam o reino que é tema dessas lendas de Atlântida. Tínhamos colônias
nas terras por vocês chamadas de Egito, Bretanha e Finlândia.
O restante do mundo era nossa reserva de caça, repleta de animais e tipos
subumanos remanescentes do último período de trevas causado pela então imprevisível
Barreira de Freqüência. Esses subumanos eram o que vocês denominam agora povos
pré-Neanderthal, Neanderthal e Cro-Magnon. Meu povo tinha um vínculo biológico
com este último. Os Cro-Magnons podiam ser treinados e eram utilizados para
trabalho escravo, principalmente nas minas de Ro-Atlan situadas no norte
longínquo.
Nós, do povo atlaneano, não precisávamos do auxílio de extraterrestres ou
de deuses celestiais (que sabíamos existir) para desenvolver uma altíssima
tecnologia que incluía espaçonaves, rádios sem fio, televisão, computadores,
energia nuclear e inúmeras outras formas de tecnologia que utilizavam cristais
especialmente cultivados e energia psíquica humana transmitida através dos
níveis superiores do campo vital universal. A telepatia mental era empregada
com facilidade, mas era praticada de maneira sábia e não irrestritamente, de
modo que a força vital que deveria ser gasta nesse trabalho não se perdesse.
Mesmo assim, os sacerdotes regularmente travavam conversas mentais com os
extraterrestres. Estes nos disseram que se mantinham fiéis a uma lei chamada
Diretriz Primeira que proibia a interferência no desenvolvimento natural de uma
cultura planetária. Eles realmente pediam permissão para visitar a superfície
do planeta de vez em quando para colher amostras de várias plantas e animais, O
sacerdote concedia-lhes permissão para fazê-lo.
Nasci cerca de 723 anos depois do início da chamada Era Dourada. Poucos
foram abençoados com a capacidade biológica de se adaptar a essa pequena
calmaria temporária no curso da Barreira de Freqüência ou dela se beneficiar.
Meu nome era então Socrantor, o jovem, nascido de Rosey (minha mãe) e
Socrantor, o velho (meu pai). Eu tinha um irmão mais novo chamado Macrantor.
A moeda de Atlan consistia em gemas e cristais preciosos sintéticos que
podiam ser produzidos por meio de processos secretos conhecidos apenas pelo rei
e pelos sacerdotes, O acúmulo de riquezas era a meta de todos os atlaneanos.
Meu pai era capitão de um navio para pesca oceânica que também caçava animais
de pêlo como lontras e focas. A riqueza que adquiriu permitiu que ele comprasse
para meu irmão uma posição no sacerdócio e para mim um posto inferior no
exército do rei. Meus primeiros deveres incluíam escoltar e proteger grupos de
nobres em excursões de caça em regiões localizadas em qualquer continente que
se possa imaginar. O animal caçado era, em geral, a criatura peluda parecida
com um elefante que vocês chamam de mastodonte.
Em uma dessas excursões de caça na Ásia Central, eu estava prestes a me recolher
à noite quando um dos nobres chamou a atenção do grupo para uma espaçonave
extraterrestre, que passou lenta-mente sobre nossas cabeças e aterrissou a
pouca distância. Fizemos comentários sobre o tamanho imenso do veículo, e um de
nós disse: “Vamos dormir. Eles não vão nos incomodar e não vamos incomodá-los.”
Outro disse que queria que nós, atlaneanos, tivéssemos tal veículo para
podermos viajar pelo espaço e visitar outros mundos. Outro nobre garantiu-lhe
que algum dia teríamos.
Do interior de minha tenda, vi uma luz branca suave girando na parte
superior da nave alienígena. Seu ritmo pulsante prendeu minha atenção. Ela
passou a pulsar rapidamente até que me senti entrando num estado de consciência
que não conseguia evitar, mesmo com toda minha força de vontade reunida. Ouvi
então uma voz falar comigo telepaticamente: “Sharmarie, então você está aí,
velho amigo. Talvez não se lembre de mim agora, mas nós nos conhecemos em
tempos passados. Sou Reyatis Cre’ator. Quem me dera levar você conosco quando partirmos,
mas não tenho o sinal positivo de orientação divina autorizando-me a fazê-lo.
Lamento muito isso. Tente se lembrar deste contato mental, e tente lembrar-se
de mim. Talvez possamos nos falar mentalmente no futuro. Tenho muito para lhe
contar. A Senhora Cre’ator está de volta para nós, do estado aberto.”
Lembrei-me do contato mental daquela noite, mas não me lembrei daquele que
chamava a si mesmo Reyatis Cre’ator. Naquela noite, sonhei com espaçonaves e
gente de cabelos brancos, bem como com carros aéreos, injeções doloridas e
deuses celestiais que usavam elmos e batiam a ponta da língua no centro do
lábio superior.
Durante cerca de doze anos depois daquela noite, tudo deu certo em minha
vida. Recebi um posto mais graduado na hierarquia militar e casei com uma
mulher chamada Toriata. Não tivemos filhos. Então, algum gênio atlaneano propôs
a idéia de perfurar dois orifícios enviesados na Terra, utilizando várias
detonações nucleares sucessivas. Um desses orifícios foi iniciado no Iraque, e
o outro no Peru. Ele calculara que, se conseguisse atingir o magma do planeta,
poderia obter um dos ingredientes usados pelos extraterrestres para
propulsionar suas espaçonaves, permitindo ao povo das duas Atlans viajar pelas
estrelas. A energia extraída do âmago seria armazenada em grandes cristais
abrigados no subsolo tanto de Fe-Atlan como de Ro-Atlan. Não era nada fácil
ignorar os terremotos, os maremotos e erupções vulcânicas provocados por essas
explosões nucleares, tampouco a maneira maluca de sentir e agir que os povos
das duas Atlans passaram a exibir. O gênio perdeu o controle de seu projeto, e
seu transmissor continuou a enviar a energia do âmago para os cristais
armazenados. As duas Atlans e seus povos literalmente vibravam em imensas
nuvens de poeira e cinzas vulcânicas, que cobriam a Terra e impediam que o sol
a aquecesse, provocando assim, o início da primeira Era Glacial da Terra.
O oceano cobriu outras partes da terra que não foram desintegradas e as
duas Atlans desapareceram. Eu tinha 52 anos quando essa catástrofe ocorreu e
tirou minha vida. Onde fica a Atlântida? A resposta: em toda parte.
SOLDADO DE ESPARTA
Meu nome era Rembelyan. Nasci no ano de 462 a.C., filho de Menneva e
Artaclean, respectivamente minha mãe e meu pai. O local era a cidade-estado da
antiga Grécia chamada à época, como agora, de Esparta. Tinha três irmãs. Quando
tinha oito anos, fui tirado de meus pais (com seu consentimento espontâneo)
para viver com outros meninos de minha idade em quartéis do estado, onde
treinávamos para ser soldados.
Fomos treinados, em primeiro lugar, no manejo das fundas, usadas contra
qualquer adversário que houvesse sobrevivido às flechas de nossos arqueiros de
longo alcance e estivesse chegando muito perto. Na verdade, nos postávamos logo
atrás dos arqueiros de curto alcance, arremessando nossas pedras sobre suas
cabeças, então corríamos feito loucos para a retaguarda de nossos próprios
atiradores de dardos e lanceiros que avançavam. Um sábio general propôs que os
atiradores de dardos que estivessem avançando poderiam carregar com eles
aljavas de flechas que deviam ser entregues a qualquer arqueiro que passasse
correndo e as apanhasse. Nunca conseguimos que os atiradores de dardos
carregassem bolsas de pedras para nós, fundeiros. Antes de fazer dez anos, eu já
experimentara a guerra muitas vezes. Quando tinha 14 anos, era perito em dardos
e aos 19, era considerado ótimo espadachim. Para conseguir chegar aos 19 anos
nessa profissão era preciso ser ótimo matador e não se deixar matar.
Eu gostava de cavalos e mulheres. As mulheres dos vencidos eram sempre
parte do pagamento do soldado vitorioso. Os cavalos capturados pertenciam ao
estado e eram cavalgados apenas pelos superiores. Os cavalos tinham de receber
alimentos, água, de ser tratados e selados. Naquele tempo, as selas espartanas
não tinham estribo, até que, certo dia, um de nossos arqueiros abateu um
cavaleiro cita (povo nômade do norte da Europa e Ásia, hoje) e capturou sua
montaria, que estava com uma sela com uma dessas invenções maravilhosas. Por
que eu não pensara nisso? Como disse, apenas os homens de altos postos andavam
a cavalo.
Esparta não dispunha de cavalaria porque o soldado comum passava por maus
bocados para ficar montado nas bestas, quando elas começavam a galopar. O uso
do estribo permitiu a formação da primeira cavalaria espartana. Fui selecionado
como membro desse ilustre grupo que, a princípio, tinha 30 homens e, com o
tempo, deu origem a nove grupos de 360 homens cada um. Aprendi a montar muito
bem e acabei incumbido de ensinar os outros a lutar montados nos animais, bem
como quando lutar e como desmontar de um cavalo ferido, evitando assim, ficar
preso debaixo dele quando ele caísse.
No ano 432 a.C., iniciou-se o que ficou historicamente conhecido como a
Guerra do Peloponeso, entre Esparta e a cidade-estado de Atenas. Eu tinha por
volta de 30 anos na época. Àquela altura, os atenienses contavam com uma
cavalaria de tamanho considerável, bem como com selas com estribos. Descobri em
minha vida atual que a guerra durou 27 anos, terminando com a derrota dos
atenienses pelos espartanos que, assim, obtiveram a hegemonia na Grécia. Fui
morto na primeira batalha dessa guerra, montado num cavalo, pelas flechas
provenientes de meus próprios arqueiros (creio que isso se denomina fogo
amigo). O chefe dos arqueiros não calculou muito bem o ângulo de fogo e,
naquele dia, mandou muitos bons cavaleiros espartanos numa jornada para a terra
além do rio Estige (na mitologia grega, o rio que percorre a região infernal).
SOLDADO DE ROMA
Eu era Granius, nascido de um homem livre de nome Robarius e de sua mulher
escrava Sheila. Foi em 236 a.C. O local era a vila agrícola de Utherium,
situada a cerca de 112 quilômetros ao norte de Roma. Quando eu tinha uns oito
anos, meu pai me pôs a serviço, por cinco anos, de um construtor de estradas,
seu amigo. Eu não era tratado como escravo, e sim mais como um filho que
precisava muito receber educação. Educação que adquiri, em especial quando se
tratava de projetar e construir pontes. Essa arte fugia à capacidade de meu
tutor Drancusus, então ele sempre precisava que viessem de Roma engenheiros
construtores de pontes especiais para cuidar de qualquer problema com pontes
com o qual pudesse se defrontar no decorrer da construção da estrada (em geral
estradas na direção norte e sul, sempre ao norte de Roma).
Os engenheiros construtores de pontes eram homens muito eruditos que
falavam um dialeto de difícil compreensão para mim no começo. Aprendi com
rapidez seu falar e eles logo me empregaram para berrar suas ordens aos
escravos. Vários dos pedreiros já tinham trabalhado com eles em outros serviços
e conseguiam compreender o que estavam dizendo. Enquanto prestava diligente
assistência aos engenheiros de pontes, aprendi a ler seus projetos e fui aceito
como parte de sua bagagem, por assim dizer. Quando acabaram meus cinco anos de
serviço, fui para casa e descobri que minha mãe morrera e meu pai estava muito
doente. Ele morreu cerca de dois meses depois. Fui embora antes de ser vendido
pelo estado como apenas mais um escravo da casa (eu não era marcado). Voltei
para o grupo de construção de estradas e reassumi minha antiga posição de
tradutor para os engenheiros de pontes.
Certo dia, o engenheiro-chefe veio e me disse que o exército precisava de
projetores e construtores de pontes. Disse que me arranjaria esse serviço, mas
o problema era que eu tinha de ficar 25 anos no exército.
Entrei no exército e me deram treinamento de soldado combatente. Estudei a
construção de todos os tipos de pontes que podiam ser construídas às pressas e,
facilmente, desmontadas para ser transportadas com rapidez para a dianteira das
tropas em marcha ou o mais próximo possível da frente de batalha. (Tratava-se
de uma tarefa e tanto.)
Em 216 a.C. , eu tinha mais ou menos 20 anos e comandava uma pequena equipe
de engenheiros do exército, cerca de 75 escravos e os 40 soldados que os
vigiavam. Tínhamos aproximadamente 15 carroças puxadas por cavalos que levavam
nossas ferramentas para a construção de pontes. Estávamos indo para o norte sob
o comando de Quintus Fabius Maximus Verrucosus ao encontro do exército do
general cartaginês conhecido como Aníbal. Nosso exército travou combate com o
dele e deteve seu avanço. Lutamos e, então, retiramo-nos estrategicamente para
o sul rumo a depósitos de alimentos e esconderijos de armas que construíramos e
estabelecêramos em nosso caminho para o norte. Destruíamos com fogo ou
desmontávamos nossas pontes à medida que nos retirávamos. Mas Aníbal também
sabia construir pontes com bastante rapidez.
Havia chovido durante vários dias e foi necessário abandonar minhas
carroças e forçar os escravos a carregar as ferramentas. O exército já tinha se
deslocado mais para o sul. Demorei muito para tomar a decisão de deixar as
carroças e fomos atacados por grandes levas de cartagineses. Meus guardas
escravos fugiam ou se rendiam na hora. Passaram-me um laço no pescoço e me
puxaram atrás de um cavalo. Fiquei segurando a corda com as mãos até que meu
corpo bateu em pedras e troncos de árvores, forçando-me a soltá-la. Ouvi os
ossos de meu pescoço se quebrarem, então tudo ficou escuro. O que aprendi dessa
vida foi:
não se demore para queimar suas pontes, principalmente se os cartagineses
estiverem no seu encalço.
O ANASAZI
A época foi por volta de 789. O lugar em que nasci era uma habitação nas
rochas dos Anasazi, cujos restos encontram-se na parte norte do que é
atualmente o Arizona (Desfiladeiro de Chelly). Meu nome era Moytensa. Tinha
dois irmãos mais novos de nome Rocree e Rocreenal. (Sim, sei que é como se
dissesse: “Sou Larry. Este é meu irmão Darryl e este meu outro irmão Darryl.)
Meus pais eram fazendeiros, assim como cerca
de 95% dos membros de nossa tribo. O restante eram caçadores que percorriam
grandes distâncias, ficando ausentes durante os meses mais quentes e retornando
um pouco antes do início do inverno.
Essa vida foi breve, mas relembro-a aqui para esclarecer algumas questões
relacionadas aos anasazi: O que foi feito deles? Por que desapareceram de seus
povoados? Viraram canibais?
Na primavera de meu décimo segundo aniversário, a terra foi assolada por
gafanhotos que vieram do México e devoraram nossas plantações. O número de
gafanhotos aumentou a ponto de, ao serem vistos das montanhas mais altas,
parecerem um oceano vivo. Aqueles de nós que conseguiram, foram para o norte,
seguidos de perto por essa praga movediça. Os doentes e velhos ficaram para
trás, e sim, comeram os que morreram de causas naturais.
Os animais de caça dirigiam-se mais rapidamente do que nós para o norte,
noroeste e nordeste. As tribos do norte seguiram a caça, sem saber do horror
que avançava em sua direção.
A certa altura de nossas viagens, sentei-me ao lado da trilha e desmaiei,
vindo a morrer de fome, embora meu estômago estivesse cheio de gafanhotos
assados. Eles continham alguma substância que nos envenenou. Alguns membros de
nossa tribo foram mortos ou escravizados pelas tribos do norte, enquanto alguns
foram recebidos com bondade, tendo permissão de reunir-se a essas tribos como
irmãos e irmãs.
Nesta vida, meu nome é outra vez Sharmarie que, em meu idioma marciano
nativo significa “uma parte pequenina mas muito importante de algo muito
grande” (ou, como minhas três companheiras de alma, Quandray, Rekitta e
Ogalabon diriam, “uma parte grande de uma coisa pequenina e sem importância”;
as mulheres realmente parecem ser todas iguais, seja lá de que mundo venham).
Tenho dois filhos gêmeos com minha companheira Quandray; seus nomes são Benner
e Trocker. Trocker nasceu segurando o pé do irmão, e os videntes consideram
esse fato um grande presságio espiritual. Os gêmeos não tiveram vidas humanas
passadas e estão atualmente com cerca de nove anos terrestres.
Nasci nesta vida há aproximadamente 315 anos terrestres, filho da mulher
que foi minha mãe na minha primeira vida e de um excelente homem chamado Booke-Tasser.
Booke-Tasser, que também é pai de minha irmã Wren-Shanna nesta vida, é um
daqueles que em meu mundo seriam denominados Pai Ta. Seriam necessárias muitas
páginas para explicar esse tipo de pai. Então, vamos deixar para lá até uma
outra ocasião.
Desta vez, meu local de nascimento foi o segundo planeta do sol Cardovan,
denominado Mollora. Essa estrela é a terceira em brilho das sete estrelas por
vocês denominadas as Plêiades. O nome Cardovan significa em nosso idioma
“Estrela de Carr.” Não se trata do nome que lhe foi dado pelos naturais de
Mollora ou de outros planetas deste sistema.
Nós a chamamos de Estrela de Carr porque o Zone-Rex marciano Rancer-Carr
trouxe, com o auxílio da Federação, centenas de milhares de marcianos para este
sistema solar depois da destruição de Maldek para que eles pudessem sobreviver.
Como sabem, Marte se mudou para uma órbita muito mais distante do sol do que
sua órbita original, o que o tornou inabitável para qualquer forma de vida.
Desde meu 22 ano desta vida, fui treinado para ocupar a posição de Monitor
Zero do meu povo. Equivale mais ou menos a ser vice-presidente ou segundo em
comando do zone-rex. Atualmente moro, na maior parte do tempo, em uma das bases
subterrâneas da Federação na Terra livres da Barreira de Freqüência.
Nesta vida, visitei muitas vezes o planeta Nodia e encontrei Reyatis e a
Senhora Cre’ator. Certa vez, ela me perguntou se eu tinha aprendido a atirar
direito. Ela disse, com bom humor, que eu não a acertara naquela noite chuvosa
na Terra tantos anos atrás.
Quanto aos costumes espirituais marcianos, veneramos o Criador Supremo de
Tudo Que É e o El de nosso próprio mundo, que sabemos aguardar ansiosamente o
tempo em que nós, seus filhos espirituais, mais uma vez andaremos pelas
estradas relvadas restauradas.
Nunca retornaremos à vida de pastores nômades. Expressando de maneira
simples, recordo a letra de uma melodia terrestre: “Como vai segurá-los lá na
fazenda depois de terem visto Paree?”
Nós, marcianos do presente, somos sofisticados demais em relação aos
costumes do maravilhoso universo e prometemos juntar nossa energia a todo e
qualquer um que se oponha às forças das trevas.
Quanto à Terra, tem sido um refúgio para milhões de almas vindas de seus
mundos vizinhos que precisavam desesperadamente de um lugar para permanecer.
Quanto ao futuro, é meu desejo pessoal que a realidade Crística de fato se
manifeste no plano do nível molar de realidade e barre qualquer necessidade de
guerra entre a Federação e os seres do lado sombrio no final da Barreira de Freqüência.
Se não for esse o caso, procurem os defensores da Federação pontilhando os
céus nestes últimos dias. E lembrem-se, a nave marciana terá a marca do símbolo
da montanha com dois raios ao fundo. Não quero que vocês atirem pedras nos
mocinhos.
Seja como for, vamos acabar com isso de uma vez por todas - quero mesmo ir
para casa.
Sou Sharmarie.
Postagem para o blog Cura Quântica Estelar
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